Compreendendo a Ansiedade
“Nunca deixe o futuro te perturbar. Você o enfrentará, se for preciso, com as mesmas armas da razão que hoje te armam contra o presente.” — Marco Aurélio
Por isso, devemos aprender a lidar com a ansiedade. Ela funciona como um alarme de incêndio: quando surge, é necessário identificar a fonte do problema, lidar com ele e esperar o alarme parar. Mas, e se você não conseguir encontrar a causa? E se o alarme continuar disparando em sua mente por dias, sem uma ameaça clara?
A ansiedade pode se manifestar como uma sensação de pavor ou uma ameaça constante, crescendo até parecer uma desgraça iminente, mesmo sem uma razão aparente. Como gestalt-terapeuta, compreendo a ansiedade como um sinal precoce de que nossa energia emocional excede o suporte disponível em uma situação onde o fracasso parece uma ameaça significativa.
Em termos práticos: se tento fazer algo para o qual não me sinto confiante, é natural sentir nervosismo. No entanto, evitar a situação também pode ser arriscado, criando um dilema: eu não confio plenamente na minha capacidade de enfrentar o desafio, mas fugir pode ser ainda pior.
É importante diferenciar ansiedade de medo. Enquanto o medo lida com ameaças reais e presentes, a ansiedade está relacionada a possibilidades futuras, muitas vezes incertas. Uma das formas mais eficazes de lidar com a ansiedade é permitir-se senti-la, sem resistir. Quando a ameaça potencial se torna tangível, o medo surge e ele pode ser enfrentada diretamente.
A ansiedade não é algo puramente individual. Ela é resultado de nossas experiências passadas e presentes, de pensamentos, emoções, sensações físicas, relacionamentos, papéis sociais, normas culturais, contextos sociopolíticos e nossa história de vida. Para compreendê-la, é importante fazer uma análise mais ampla. Algumas perguntas que podem ajudar:
Quais aspectos dessa situação estão desencadeando minha ansiedade?
Que mudanças poderiam aliviar esse sentimento?
O que posso fazer agora para lidar com isso?
Trabalhar com a ansiedade não envolve apenas o alívio dos sintomas, mas também o aumento da autoconsciência e o desenvolvimento de estratégias para enfrentar a vida de maneira mais eficaz. Trata-se de ouvir a ansiedade, respeitá-la como uma fonte valiosa de informações e responder de forma a promover saúde e equilíbrio.
Para isso, é essencial encará-la. Render-se aos caprichos da ansiedade nos torna menos capazes de lidar com ela. Expor-se gradualmente às situações que causam ansiedade pode ensinar muito e, ao longo do tempo, reduzir o impacto do medo. A questão não é evitar a ansiedade, mas aprender a focar no que é concreto e real no momento presente.
Pergunte a si mesmo:
Como devo agir diante dessa preocupação?
Existem evidências concretas que confirmem essa preocupação?
Posso mudar o resultado?
Por fim, o apoio social é fundamental. Embora a ansiedade seja invisível e possa surgir em qualquer lugar, compartilhá-la com pessoas de confiança reduz o seu poder. A conexão humana fortalece nossas habilidades para gerenciar a ansiedade, sendo uma das nossas maiores armas contra ela.
O CRESCIMENTO É RESULTADO DE DAR PASSOS À FRENTE, MESMO QUE IMPERFEITOS. VOCÊ PODE FALAR COM A VOZ TRÊMULA E SE EXPOR MESMO COM A ANSIEDADE.


É DIFÍCIL ENTENDER, MAS
A ANSIEDADE NÃO É SUA INIMIGA
Ansiedade é um estado de tensão que ocorre como resposta psicológica e fisiológica a fatores estressantes no ambiente. Os sintomas podem incluir aspectos físicos, como falta de ar, aumento da frequência cardíaca, suor excessivo, mãos úmidas, dores ou queimação no estômago e tremores.
A ansiedade, apesar de desconfortável, tem um papel essencial: é um sistema de proteção interno que cria um alerta imediato de que algo está errado. Ela não é sua inimiga. Podemos imaginá-la como o pai do peixinho Nemo, um superprotetor bem-intencionado. Como a ansiedade tem uma origem orgânica, precisamos aprender a reconhecê-la e aceitá-la. Quanto mais lutamos contra ela, maior seu impacto em nossa vida.